Estudante da ETT desenvolve aplicativo para inclusão de pessoas autistas
 

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Estudante da ETT desenvolve aplicativo para inclusão de pessoas autistas

18 / Julho / 2024

Segundo lugar no Hackathon do Autismo, equipe de Thiago Eggert mostrou como a tecnologia pode ser usada na área da saúde

 

O Brasil tem mais de 1,2 mil empresas de tecnologia focadas em saúde e até novembro do ano passado, o volume de investimentos no setor ultrapassava US$ 131 milhões. Os dados da plataforma Distrito mostram que as healthtechs brasileiras seguem o ritmo de crescimento do mercado global de saúde digital.

De olho nessa tendência, a Escola Técnica Tupy – instituição do ecossistema UniSociesc – incentiva seus estudantes a participarem de eventos da área, como o 1º Hackathon do Autismo realizado em Joinville. A competição reuniu jovens catarinenses dispostos a inovarem e desenvolveram soluções em prol da saúde e do bem-estar de familiares, amigos e cuidadores de pessoas autistas.

O programador Thiago Gervasi Eggert, estudante do curso técnico em Informática da ETT, foi um deles. O AutisTale, projeto desenvolvido por sua equipe, ficou em segundo lugar entre 11 grupos participantes. “Com certeza a tecnologia é uma imensa aliada da saúde”, diz o jovem.

 

Ferramenta de inclusão e compreensão

O AutisTale é um aplicativo que facilita a compreensão de comportamentos não verbais. O objetivo é melhorar a comunicação e a qualidade de vida de pessoas autistas e de quem convive com elas.

Nossa plataforma atua como facilitadora do acesso ao conhecimento, disponibilizando de forma fácil e gratuita para a comunidade (principalmente pais e cuidadores) diversas instruções e estratégias para o entendimento dos comportamentos não verbais das pessoas autistas”, explica Thiago.

As informações usadas no app, continua o programador, são obtidas junto a profissionais e clínicas especializadas. “Através de uma interface intuitiva e recursos informativos, o aplicativo se transforma em uma ferramenta indispensável de compreensão e inclusão.”

O estudante lembra que grande parte da comunicação humana não é verbal e em pessoas com transtorno do espectro autista isso é bem mais acentuado. “Você já imaginou não entender seu próprio filho? Foi a partir dessa reflexão que criamos o app.”

 

Tecnologia e inovação

Durante o 1º Hackathon do Autismo promovido pelo Espaço Júnior/Centro Especializado em Autismo, os grupos foram incentivados a elaborar projetos envolvendo tecnologia e inovação para a melhoria da vida de pessoas com autismo, seus familiares, cuidadores e toda a comunidade.

O incentivo à participação dos estudantes da ETT veio do professor da área de Tecnologia da Informação, Marcelo Petri, bacharel em Sistemas da Informação e mestre em Computação Aplicada e Internet das Coisas.

“Os alunos foram convidados a compor as equipes do hackathon e puderam apresentar a ideia durante um pitch, mostrando que é possível usar novas tecnologias e serviços digitais de saúde em prol da comunidade”, comenta o professor da ETT.

 

Saúde na palma da mão

A tecnologia vem transformando a forma como as pessoas se relacionam, trabalham, estudam, namoram e cuidam da saúde.

Na palma da mão já é possível encontrar recursos para cuidar da saúde física e mental, aprimorar a qualidade alimentar, incentivar novos hábitos, agendar e realizar consultas médicas, acessar resultados de exames, obter prescrições médicas digitais e monitorar, por meio de dispositivos inteligentes, a pressão arterial, a glicemia, os batimentos cardíacos etc.

Os aplicativos de saúde ganharam ainda mais relevância durante a pandemia e a fase de isolamento social, o que gerou um boom no mercado de healthtechs. Segundo estimativas de mercado, entre 2022 e 2030 a taxa de crescimento anual desse segmento deve ficar em 18,8%.

Entre os países da América Latina, o Brasil soma 61,7% de todas as startups do setor de saúde. Por aqui, as healthtechs estão entre as três verticais de startups que mais cresceram nos últimos anos.